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As trapalhadas de Gaspar e Passos.

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Em menos de uma semana, Gaspar e Passos deram o dito por não dito. Primeiro, disseram que as condições dadas pelo Eurogrupo à Grécia iriam ser estendidas à Irlanda e a Portugal. Mas bastou o ministro das Finanças alemão dizer o contrário para ambos virem contradizer-se. Segundo o Bloco de Esquerda, o governo ajoelhou-se diante dos interesses alemães e franceses.


Bastou Schäuble falar, para Gaspar e Passos Coelho mudarem o discurso. Foto da Lusa.


No discurso que encerrou o debate do Orçamento, Vítor Gaspar afirmou que Portugal e a Irlanda seriam beneficiados pelas condições favoráveis dadas à Grécia. Mas bastou que o ministro das Finanças alemão dissesse o contrário para que tanto Gaspar quanto o primeiro-ministro Passos Coelho se apressassem a ir às TVs para garantir que Wolfgang Schauble tem razão, e que as suas declarações são “extremamente positivas para o país”. Gaspar foi mais longe, e disse ter havido uma “considerável confusão no debate público em Portugal”. Veja em seguida as principais declarações.

"Portugal e a Irlanda serão, de acordo com o princípio de igualdade de tratamento adotado na cimeira da área do euro, em julho de 2011, beneficiados pelas condições abertas no quadro do mecanismo europeu de estabilidade financeira".

Vítor Gaspar, no discurso que encerrou o debate do Orçamento do Estado 2013, na Assembleia da República.

27 de novembro

À saída de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, Jean-Claude Juncker, questionado sobre se Portugal pode esperar idêntico tratamento ao dado à Grécia, garantiu que se empenhará pessoalmente para que tal aconteça.

"Tomámos a decisão há meses, ou mesmo há mais de um ano, que temos que aplicar as mesmas regras aos outros países sob programa, e iremos abordar isso na próxima reunião. Se há alguém nesta sala que é amigo de Portugal e da Irlanda, que fazem parte dos meus países preferidos na Europa, por razões óbvias, sentimentais e pessoais, sou eu. Portanto, o assunto será tratado de forma a que nem Portugal nem Irlanda fiquem insatisfeitos".

27 de novembro

“Eu não aconselharia Portugal a ousar esse passo, porque a comparação com a Grécia não me parece adequada”.

Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças da Alemanha, no Parlamento Europeu.

3 de dezembro

"Não creio que o Eurogrupo esteja preparado para dar tratamento equivalente a estes dois países no que diz respeito ao detalhe das decisões tomadas em relação à Grécia na semana passada". Jean-Claude Juncker, no final da reunião do Eurogrupo.

3 de dezembro

Jean-Claude Juncker afirmou que houve um "mal-entendido" porque "percebeu mal" a pergunta que lhe fora feita na semana anterior, por culpa de “uma multidão de câmaras, numa sala barulhenta, (...) num canto escuro".

Desculpou-se dizendo que “não se percebe a pergunta e diz-se uma coisa porque se pensa que se percebeu a pergunta".

3 de dezembro

Vítor Gaspar insistiu que a polémica em torno da "porta aberta" pelo presidente do Eurogrupo quanto à extensão de algumas das novas regras do pacote de ajuda à Grécia aos outros países sob programa, Portugal e Irlanda, se deveu a uma "simplificação excessiva de assuntos complexos", gerando uma "considerável confusão no debate público em Portugal".

3 de dezembro

Portugal “não quer ter um tratamento e uma solução idêntica à Grécia, na medida em que não temos uma situação idêntica à Grécia”. Pedro Passos Coelho considerou que Portugal ganha em distinguir-se da Grécia e em não pedir igualdade de tratamento. Para o primeiro-ministro, as declarações de Wolfgang Schäuble são extremamente positivas para o país.

“Quer Portugal, quer a Irlanda, distinguem-se objetivamente da Grécia. O sentido dos seus comentários, é extremamente elogioso, quer para a Irlanda, quer para Portugal, acrescentou.

4 de dezembro

"Tudo o que não se deve fazer é tomar as pessoas por tolas".

José Gomes Ferreira, jornalista de assuntos económicos num comentário na SIC Notícias.

4 de dezembro

“É incompreensível que o Governo tenha recuado numa matéria tão essencial, deixando de exigir na Europa um tratamento igual para os países que estão na mesma situação relativamente aos empréstimos internacionais”.

Requerimento do Bloco de Esquerda pedindo a ida de Vítor Gaspar ao Parlamento para explicar “o que é que mudou em menos de uma semana”.

4 de dezembro

“Tudo dá conta de um ministro que se ajoelhou aos interesses alemães e franceses”.

Pedro Filipe Soares, deputado do Bloco de Esquerda, aos jornalistas.

4 de dezembro



Fonte: Jornal Esquerda

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