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Santos Silva revoltado com "insultos às pessoas" de Belmiro e Ulrich.

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Antigo ministro socialista diz que há "gente que vai às farmácias e só avia metade da receita" ou "pessoas que pedem só sopa e fruta nos restaurantes" porque não têm dinheiro.

Augusto Santos Silva mostrou-se revoltado com aquilo que considera ser insultos e tratamento indigno "às pessoas" pelas "riqueza e arrogância" do empresário Belmiro de Azevedo e do banqueiro Fernando Ulrich.

"Considero-me membro da elite política e intelectual portuguesa na qual incluo também a elite empresarial. Sei que todos temos muitas responsabilidades. Eu, por exemplo, aprovei um corte de salários na função pública em 2010. Nós, que temos responsabilidades adicionais, temos de não insultar as pessoas, pelo menos, de não tratá-las com indignidade", disse.

À margem de um debate sobre políticas públicas e papel do Estado, em Lisboa, o historiador e sociólogo defendeu ser "essencial" um "mínimo de respeito perante as pessoas para continuar a haver o mínimo de debate público em Portugal".

"Por isso é que me revoltam comentários e expressões como as que ouvi ao senhor Ulrich, presidente executivo do BPI, e ao engenheiro Belmiro de Azevedo, 'chairman' da Sonae, que usam expressões inadmissíveis como classificar os protestos sociais como carnavais ou dizer do alto das suas riqueza e arrogância que não há outra solução se não as pessoas terem menos salários ou rendimentos", disse.

O antigo ministro da Educação de Guterres e dos Assuntos Parlamentares e da Defesa de Sócrates diz que há "gente que vai às farmácias e só avia metade da receita porque não tem dinheiro para mais" ou "pessoas que pedem só sopa e fruta nos restaurantes ao almoço, porque não têm dinheiro para o prato".

No início da semana, o Belmiro de Azevedo defendeu que sem mão-de-obra barata "não há emprego para ninguém". O "chairman" do grupo Sonae, comparou as sucessivas manifestações contra o Governo a um "Carnaval mais ou menos permanente".

Em relação ao presidente do BPI estão em causa declarações sobre os sem-abrigo e as dificuldades geradas pela austeridade. Em Fevereiro, Fernando Ulrich afirmou o seguinte: "Se você andar aí na rua, infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo. Isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Isso também nos pode acontecer. E se aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, naquela situação e a sofrer tanto, aguentam, porque é que nós não aguentamos? Parece-me absolutamente evidente".



Fonte: Renascença

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