Uma «não-entrada» nas duas partes acabou por travar o Benfica na deslocação à Choupana, este domingo à tarde. O empate a duas bolas dá ao Benfica uma liderança isolada «agridoce», porque o FC Porto ainda recebe esta noite o SC Olhanense e pode, em caso de vitória, isolar-se na frente.
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Nacional entrou em modo velocidade furiosaSem tempo para respirar, o Benfica encostava-se às «cordas» e no minuto seguinte viu Keita voar para uma bola cruzada por Candeias; valeu às águias que o homem da casa chegou desequilibrado e atirou ao lado. Que sufoco, Jesus! Mas não era tudo. Minuto seis, sesta coletiva na defesa do Benfica e golo do Nacional, com Diego Barcellos a encostar para a baliza deserta. O Benfica tinha o que merecia e o Nacional também.
O despertar da águia
Por fim, lá chegou o Benfica ao Estádio da Madeira, com quase 10 minutos de atraso e uma desvantagem perigosa para anular. Urreta, na estreia a titular, procurava sintonizar-se com o futebol da equipa e mais à frente teria o seu momento. Antes, o empate, aos 15 minutos; cruzamento da esquerda de Luisinho, Mexer, na tentativa atrapalhada de evitar que a bola chegasse a Lima, acabou por fazer asneira e desviou para a própria baliza.
«Em alta rotação, de futebol vertiginoso e a atarantar toda uma equipa » A descrição do Nacional de entrada transferia-se agora para a exibição do Benfica, que aos 17 minutos ficou tão perto do 1x2, com Lima a atirar ao poste. Seguiu-se uma «bomba» de Rodrigo, aos 29 minutos, que Gottardi defendeu como pôde, e finalmente o golo de Urreta. E que golo! O uruguaio, eclipsado durante toda a época na Luz, bateu um livre direto à imagem dos melhores. Golaço e o Benfica virava tudo na Choupana.
Empate e final louco
Ao intervalo, Jorge Jesus retirou Rodrigo e lançou Nico Gaitán para um novo formato tático no Benfica, mas seria Mateus, que tinha entrado ainda na primeira parte do lado insular, a marcar. Depois de algumas aproximações encarnadas, o angolano não falhou na área contrária, embora Artur não fique isento de culpas no empate madeirense. A partida seguia numa linha alucinante e a promessa de uma segunda parte intensa adensava-se.
Reinava novamente o Nacional na Choupana, Machado e Jesus jogavam as suas cartas Ali Ghzal e João Aurélio foram aposta no Nacional, Cardozo e Kardec no Benfica -, e a meio da segunda parte regressou o domínio benfiquista, com ocasiões de Luisão (71), Cardozo (74 e 81'), Lima (79) e Salvio (87'). Cinco bolas de golo desfeitas na pressão encarnada. Seria suficiente? A resposta é não.
O 2x2 não se desfez e a parte final fica marcada pelas expulsões de Óscar Cardozo, Matic e Marçal. O paraguaio do Benfica viu o vermelho direto quando se preparava para bater um canto, sendo impossível perceber o motivo da decisão de Pedro Proença, que deixou Cardozo à beira de um ataque de nervos, puxando o árbitro pela camisola; o mesmo destino para Matic, aos 96 minutos, por alegada agressão a um jogador do Nacional. Marçal viu o segundo amarelo e também saiu mais cedo.
Ponto final. O Benfica perde dois pontos na luta pelo título. Tem a palavra o FC Porto, à espreita do trono isolado...
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